Quem sou eu

Minha foto
Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

27 de fev. de 2011

"Navegar é preciso..."

                                                                     
 "Engraçado mesmo foi quando eu li um monte de coisas sobre os cruzeiros oferecidos pelas empresas, e entre tantas coisas, me deparei com umas cláusulas específicas p/ pdf´s e pne´s. Após ter lido as famigeradas cláusulas, praticamente me convenci de que pdf´s e pne´s não são bem vindos em cruzeiros marítimos.”

________________________________________________________________________________

Antigamente,  quando se  ouvia falar em “cruzeiro marítimo”, a concepção que se tinha disso é que tratava-se de um privilégio p/ poucos mortais. E era!!! Naqueles tempos meu pai era “pião” da construção civil, trabalhava feito máquina pra sustentar a família de 4 irmãos e minha mãe. Fazer cruzeiro maritmo era algo muito distante de nós.
Pois bem, o tempo passou, e  hoje eu posso dizer que o que era um horizonte inalcançavel p/ um filho de um operário da construção civil tornou-se realidade. O ano de 2010 foi muito especial p/ mim, pois finalmente consegui desvendar  os mistérios de um cruzeiro marítimo que desde a minha longinqua infância me fascinava.
Engraçado mesmo foi quando eu li um monte de coisas sobre os cruzeiros oferecidos pelas empresas, e entre tantas coisas, me deparei com umas cláusulas específicas p/ pdf´s e pne´s. Após ter lido as famigeradas cláusulas, praticamente me convenci de que pdf´s e pne´s não eram bem vindos em cruzeiros marítimos. Fiquei obstinado com essa ideia, e só me convenci  de que aquilo que estava ali escrito era mais ou menos “papel aceita tudo”, ao embarcar naquele Transatlântico imponente e começar a deslisar pelas correntes calmas da Baia de Guanabara.
Esse fato me levou a uma reflexão. 2010 foi um ano de profundas mudanças na minha vida. Foi o ano em que a doença (ELA) me impediu de continuar com minhas atividades laboriais que eu tanto gostava. Foi o ano em que tive uma perda salarial consideravel . Tambem foi o ano em que comecei a estacionar meu carro em vagas especiais, assumindo finalmente a minha condição de pdf. Tambem foi o ano em que mudei o tipo  da minha habilitação, acrescentando + 2 letrinhas no meu prontuário, tornando-me usuário obrigatório de veículo automático . E  foi tambem o ano em que      vendi um imovel  que foi um sonho realizado quando o adquiri, porque precisava  comprar um outro que não tivesse escadas, para melhorar minha acessibilidadede.  2010 tambem foi o  ano em que comprei uma cdr e uma muleta.  
Enfim, 2010 foi um ano em que o mar ficou revolto, os ventos sopraram fortes, mas consegui ancorar meu barquinho com segurança no cais da superação. Existe um provérbio que diz: “Depois da tempestade vem a bonança”. É verdade, nada é para sempre, nem mesmo os temporais, nem mesmo os ventos fortes. O que importa é seguir em frente, ao sabor das ondas e da brisa fresca que agora sopra, igual ao meu passeio de navio. Olho p/ tras e vejo simplesmente um lindo horizonte que passou. E grande é a expectativa pelo novo horizonte que lá na frente começa a despontar. A tempestade??? Ah, isso é só um detalhe.