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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

24 de fev. de 2012

Protocolo para testar células-tronco adultas de cordão umbilical em pessoas com ELA

Pesquisadores brasileiros já desenvolveram um protocolo para testar as células-tronco adultas de cordão umbilical em pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA). Deverá ser submetido à comissão de ética nas próximas semanas, afirma Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, médica transplantadora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Ela é coautora do estudo publicado na PLoS One.
Maria Carolina recorda que o camundongo é um modelo de estudo muito distante do ser humano. Contudo, não há modelos intermediários, como outros primatas. Levando em conta que a esclerose lateral amiotrófica é muito agressiva e a terapia oferece baixo risco, a pesquisadora considera razoável já iniciar os testes em humanos.
O grupo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto entrou em contato com bancos públicos e privados de sangue de cordão umbilical para conseguir a doação das células-tronco adultas.
Em humanos, a ELA costuma surgir por volta dos 40 ou 50 anos. Depois do diagnóstico - que demora, em média, um ano -, o paciente costuma viver de três a cinco anos. Gradativamente, o córtex cerebral, o tronco e a medula espinhal são comprometidos. Só há um medicamento aprovado para tratar a doença - o riluzol. Estudos mostram que ele aumenta a expectativa de vida em apenas dois meses. / A.G.

23 de fev. de 2012

ELA : Quase 2 séculos de história - Parte I

                                                            Dr. Jean Martin Charcot

Por Antonio Jorge de Melo




Sir Charles Bell, um famoso anatomista e cirurgião britânico, relacionou as raízes nervosas com movimento. Em 1830, ele descreveu uma mulher, de meia idade, com paralisia progressiva dos membros e da língua, com sensibilidade normal. Ao estudo anátomo-patológico verificou-se que a porção anterior da medula encontrava-se amolecida, com preservação da porção posterior.

Em 1848, François Aran, um famoso clínico e escritor médico francês, descreveu uma nova síndrome, denominada de Atrofia Muscular Progressiva (AMP), caracterizada por fraqueza muscular progressiva de natureza neurogênica.

Em 1869, Jean Martin Charcot, o primeiro professor de neurologia na Salpêtrière, e Joffroy descreveram dois pacientes com AMP com lesões associadas na porção póstero-lateral da medula nervosa. Eles não deram o nome de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) para esta entidade, mas eles determinaram as características essenciais para o seu reconhecimento, desde então pouco modificadas. As descricões subseqüentes basearam-se em estudos em pacientes do sexo feminino, em sua maioria, uma vez que o Hospital Salpêtrière era umhospital de mulher.

Também coube a Charcot a descrição de Paralisia Bulbar Progressiva (PBP) e de Esclerose Lateral Primária (ELP), mas ele considerava estas duas entidades separadas da Esclerose Lateral Amiotrófica. Entretanto, outros médicos, também famosos, como Leyden e Gowers, insistiam que estas afecções não eram distintas uma das outras. Em 1933, Brain introduziu o termo Doença do Neurônio Motor para todas estas, aparentemente, diferentes doenças. Em 1969, Brain e Walton consideraram DNM e ELA como sinônimos, embora o termo ELA seja o mais freqüentemente utilizado.

A primeira descrição da esclerose lateral amiotrófica no Brasil coube ao Dr. Cyprianode Souza Freitas, professor de anatomia e fisiologia patológica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Conhecedor na época de quatro casos de ELA. Escolheu para apresentar no IVCongresso Médico Latino Americano na cidade do Rio de Janeiro em agosto 1909, observações e comentários sobre um caso de ELA e em novembro do mesmo ano publicou no Brazil-Médico com o título “Sobre um caso de esclerose lateral amyotrophica”, um caso clínico definido por ele como assas interessante, pela:

1) Raridade da afecção entre nós;

2) Idade de início dos sintomas;

3) Dificuldade de formular, desde o começo, um diagnóstico preciso, assumindo os fenômenos de uma forma frustra, bem diversa da forma clássica.

 Revista Neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica) –abr/jun, 2006.

 Tratava-se de paciente do sexo masculino, branco, 73 anos de idade, sem antecedentes hereditários dignos de referência. Trabalhava em especulações financeiras e praticava atividade física sendo definido como “bom andador”. Começou a sentir ligeiro enfraquecimento da mão direita, sobretudo dos dedos. A fraqueza evoluiu gradualmente acompanhada de atrofia dos músculos da mão. Examinado quatro meses após o início dos sintomas, apresentava paresia bem acentuada do membro superior direito. Atrofia muitíssimo acentuada na região tenar e acentuada na região hipotenar e dos interósseos. Apresentava também atrofia na musculatura do antebraço, braço e cintura escapular, fasciculação nas regiões atrofiadas, leve espasticidade e movimentos espasmódicos nas mãos. A musculatura do membro superior direito, da face, pescoço, tronco, e membros inferiores estava íntegra e com força normal. O reflexo estava vivo no membro afetado e normal nos outros segmentos. A sensibilidade estava normal em todo o corpo. Os sentidos intactos, inteligência perfeita, sem dificuldade para comer e digerir e função esfincteriana normal.

Reavaliado, três meses mais tarde, apresentava atrofia nos músculos da mão esquerda com presença de fasciculação, sensibilidade normal e reflexos ora se mostravam vivos tanto nos membros superiores como os patelares, mas sem sinal de Babinski. Referiu que as vezes tinha embaraço na pronúncia das palavras. Ao exame apresentava os movimentos de lábios e língua perfeitos, véu do palato simétrico, reflexo faríngeo normal, porém o reflexo masseterino estava vivo. Um mês mais tarde, sofreu um forte ataque de gripe e ficou acamado por muitos dias. Após a recuperação da gripe, apresentava agravamento dos sintomas da ELA, com aparecimento de atrofia nos músculos do tronco e paresia nos membros inferiores, reflexos patelares exaltados (maior à direta), continuando a ausência do sinal de Babinski. Apareceram também dificuldade para deglutir, fasciculação de língua, impossibilidade de assobiar, insuficiência respiratória e acessos de sufocação, sobretudo a noite.

 O período de avaliação foi de oito meses, de janeiro a agosto de 1909. Após a primeira avaliação clínica, o Dr. Cypriano confirma o diagnóstico de ELA com o seguinte comentário:

“a vista da amiotrofia e da insignificância dos fenômenos espásticos, que exigem procurados, poder-se-ia supor que nos achávamos diante de um caso de atrofia muscular do tipo Aran-Duchenne. Mas, atendendo que a paresia não guardava relação com a atrofia e, sobretudo..." (Revista Neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica) –abr/jun, 2006).

A partir da descrição do Dr. Cypriano Freitas, vários casos foram registrados na literatura médica nacional que contribuíram para o conhecimento da manifestação da ELA em nosso meio. Em julho de 1913, Eduardo Monteiro, apresentou “um caso de esclerose lateral amyotrophica” na Gazeta Clínica de São Paulo onde registra que o início da afecção se deu no membro superior direito.

O Dr. Aloysio de Castro, professor de clínica médica da Universidade do Rio de Janeiro. Publicou, em 1914, o “Tractado de Semiótica Nervosa” que apresenta a descrição da Esclerose Lateral Amyotróphica (Mal de Charcot).

Em 1915, o Dr. Gonçalves Vianna escreveu suas observações “A respeito de um caso de Mal de Charcot (Typo Mixto)”, na Revista dos Cursos da Faculdade de Medicina de Porto Alegre.

Nos EUA Lou Gehrig foi um famoso atleta americano, jogador de beisebol. Iniciou sua carreira aos 20 anos de idade em 1923. Era conhecido como “Iron Horse” mas em 1939, seu desempenho começou a cair e foi detectada uma discreta fraqueza nos membros inferiores e uma leve atrofia do primeiro interósseo dorsal. Em 13 de junho deste mesmo ano foi diagnosticada ELA. Lou Gehrig foi, então, impedido de jogar beisebol para conservar sua energia muscular.

Veio a falecer no dia 2 de junho de 1941, dormindo, já não podia mais falar ou engolir. Desde então, por sua história de vida ter sido interrompida por ELA, ele teve seu nome associado a doença.

Os estudos epidemiológicos aparecem na literatura médica nacional somente a partir da década de 1980. Até o momento atual foram realizados seis estudos epidemiológicos regionais e um estudo nacional, conforme apresentamos a seguir.

               http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2006/


17 de fev. de 2012

Estudo testa nova droga para tratamento da ELA familiar nos EUA




Trata-se de um estudo  Intervencionista Fase II / III, randomizado, placebo-controlado com o uso da droga Arimoclomol  na Esclerose Latera Amiotrófica familiar. O estudo está sendo patrocinado  pela University of Miami, e está na fase de recrutamento de pacientes.
O objetivo deste estudo será demonstrar a segurança, tolerabilidade e a eficácia do arimoclomol em indivíduos com SOD1 positivo para  ELA familiar. A dose empregada será de 200mg 3 x dia por via oral, e espera-se reduzir em pelo menos 30% a taxa de progressão da doença.
Estima-se a inclusão de 80 pacientes que serão avaliados durante um período de 12 meses. A previsão da conclusão do estudo é Dez/2012.

14 de fev. de 2012

Campanha "Essa vaga não é sua nem por 1 minuto" continua em Volta Redonda

Na última quinta-feira participamos de mais uma etapa da campanha iniciada em dez/2011.

Veja minha entrevista no video:


http://youtu.be/Xgm6eytRfh4

9 de fev. de 2012

Células-tronco adultas podem retardar a progressão da Esclerose Lateral Amiotrófica



No início de 2012, foram feitos testes em humanos da nova terapia NurOwn para o tratamento da ELA, Esclerose Lateral Amiotrófica, desenvolvido pela BrainStorm Therapeutics Cell.
A NurOwn é uma tecnologia que "manipula" as células-tronco adultas retiradas da medula óssea de pacientes e as transforma em células capazes de produzir compostos neuroprotetores e neurotransmissores como a dopamina. As células tratadas são então reinjetadas no corpo do paciente. O método evita o risco bem conhecido de rejeição, bem como a possivel evolução para células cancerígenas, que caracteriza as células-tronco embrionárias.

O FDA nos Estados Unidos, em fevereiro de 2011, concedeu status de medicamento órfão e autorizou o teste deste tratamento, que visa bloquear ou pelo menos retardar a progressão da doença. Em Jerusalém, na Universidade Hadassah Medical Center e sob a supervisão do professor Dimitrios Karussis, especialista em transplante de células-tronco, a terapia NurOwn mostrou ser segura e bem tolerada em 24 pacientes com ELA, produziu a primeira evidência clínica do modelo de touro e, assim, resultados encorajadores surgiram.

O estudo em 24 pacientes está agora em andamento: em 12 pacientes em estágio inicial da ELA foram planejadas injeções para o bíceps e tríceps, nos outros 12, que estão em estágio avançado da doença, as injeções serão no líquido cefalorraquidiano.

Segundo antecipa Dimitrios Karussis, chefe do Centro Médico Hadassah de Esclerose Múltipla em Israel, a NurOwn, embora ainda esteja no estágio de provar segurança e tolerabilidade ao tratamento, também já deu alguns, ainda que limitados, sinais de eficácia. Ela parece melhorar a função respiratória, a força muscular e a capacidade de engolir dos pacientes. Mas os resultados da próxima fase experimental vão ainda avaliar a real eficácia da terapia.

Fonte:http://www.ipg.org.br/noticia.php?=331&lang=0

6 de fev. de 2012

PL 1656/2011 - Prioridade epidemiológica no tratamento de doenças neuromusculares

Dep Mara Gabrilli durante a Reatech 2011
________________________________________________________________________________
Apresentação
21/06/2011



PL 1656/2011 Inteiro teor
Projeto de Lei

Situação: Apensado ao PL 1606/2011. O PL 1606 PL 1606/2011 Inteiro teor
Situação do PL 16/06: Aguardando Parecer - Ag. devolução Relator não-membro na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF)



Identificação da Proposição


Apresentação
21/06/2011

Ementa
Dispõe sobre a prioridade epidemiológica no tratamento de doenças neuromusculares com paralisia motora e dá outras providências.

Indexação

Garantia, portador, doença neuromuscular com paralisia motora, prioridade, recebimento, SUS, medicamento, equipamento, convênio, orgão público, entidade sem fins lucrativos, estados, municípios, encaminhamento, paciente, União Federal, incentivo, pesquisa científica, prevenção, tratamento.


Informações de Tramitação

Forma de Apreciação
Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II

Regime de Tramitação
Ordinária

Despacho atual:

Data
Despacho
12/07/2011
Apense-se à(ao) PL-1606/2011.
Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
Regime de Tramitação: Ordinária


Documentos Anexos e Referenciados


  • Legislação citada
  • Histórico de Pareceres, Substitutivos e Votos (0)
  • Recursos (0)
  • Redação Final

  • Mensagens, Ofícios e Requerimentos (0)
  • Relatório de conferência de assinaturas

Andamento
21/06/2011
PLENÁRIO (PLEN )
  • Apresentação do Projeto de Lei n. 1656/2011, pela Deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que: "Dispõe sobre a prioridade epidemiológica no tratamento de doenças neuromusculares com paralisia motora e dá outras providências". Inteiro teor
21/06/2011
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Publicação inicial no DCD do dia 23/06/11 PÁG 32354 COL 02. Inteiro teor
  • Publicação inicial no DCD do dia 23/06/2011
12/07/2011
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Apense-se à(ao) PL-1606/2011.
    Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
    Regime de Tramitação: Ordinária Inteiro teor
12/07/2011
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Publicação do despacho no DCD do dia 14/07/2011
13/07/2011
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Encaminhada à publicação. Avulso Inicial
13/07/2011
Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF )
  • Recebimento pela CSSF.

3 de fev. de 2012

Os cinco maiores arrependimentos dos pacientes terminais

      
Recentemente foi publicado nos Estados Unidos um livro que tem tudo para se transformar em um best seller daqueles que ajudam muita gente a mudar sua forma de enxergar a vida. The top five regrets of the dying (algo como “Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais”) foi escrito por Bonnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da morte.
Para analisar a publicação, convidamos a Dra. Ana Cláudia Arantes – geriatra e especialista em cuidados paliativos do Einstein – que comentou, de acordo com a sua experiência no hospital, cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira americana. Confira abaixo.

 

 

 

 

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1. Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim

“À medida que a pessoa se dá conta das limitações e da progressão da doença, esse sentimento provoca uma necessidade de rever os caminhos escolhidos para a sua vida, agora reavaliados com o filtro da consciência da morte mais próxima”, explica Dra. Ana Cláudia.
“É um sentimento muito frequente nessa fase. É como se, agora, pudessem entender que fizeram escolhas pelas outras pessoas e não por si mesmas. Na verdade, é uma atitude comum durante a vida. No geral, acabamos fazendo isso porque queremos ser amados e aceitos. O problema é quando deixamos de fazer as nossas próprias escolhas”, explica a médica.
“Muitas pessoas reclamam de que trabalharam a vida toda e que não viveram tudo o que gostariam de ter vivido, adiando para quando tiverem mais tempo depois de se aposentarem. Depois, quando envelhecem, reclamam que é quando chegam também as doenças e as dificuldades”, conta.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto

“Não é uma sensação que acontece somente com os doentes. É um dilema da vida moderna. Todo mundo reclama disso”, diz a geriatra.
“Mas o mais grave é quando se trabalha em algo que não se gosta. Quando a pessoa ganha dinheiro, mas é infeliz no dia a dia, sacrifica o que não volta mais: o tempo”, afirma.
“Este sentimento fica mais grave no fim da vida porque as pessoas sentem que não têm mais esse tempo, por exemplo, pra pedir demissão e recomeçar”.

3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos

“Quando estão próximas da morte, as pessoas tendem a ficar mais verdadeiras. Caem as máscaras de medo e de vergonha e a vontade de agradar. O que importa, nesta fase, é a sinceridade”, conta.
“À medida que uma doença vai avançando, não é raro escutar que a pessoa fica mais carinhosa, mais doce. A doença tira a sombra da defesa, da proteção de si mesmo, da vingança. No fim, as pessoas percebem que essas coisas nem sempre foram necessárias”.
“A maior parte das pessoas não quer ser esquecida, quer ser lembrada por coisas boas. Nesses momentos finais querem dizer que amam, que gostam, querem pedir desculpas e, principalmente, querem sentir-se amadas. Quando se dão conta da falta de tempo, querem dizer coisas boas para as pessoas”, explica a médica.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos

“Nem sempre se tem histórias felizes com a própria família, mas com os amigos, sim. Os amigos são a família escolhida”, acredita a médica. “Ao lado dos amigos nós até vivemos fases difíceis, mas geralmente em uma relação de apoio”, explica.
“Não há nada de errado em ter uma família que não é legal. Quase todo mundo tem algum problema na família. Muitas vezes existe muita culpa nessa relação. Por isso, quando se tem pouco tempo de vida, muitas vezes o paciente quer preencher a cabeça e o tempo com coisas significativas e especiais, como os momentos com os amigos”.
“Dependendo da doença, existe grande mudança da aparência corporal. Muitos não querem receber visitas e demonstrar fraquezas e fragilidades. Nesse momento, precisam sentir que não vão ser julgados e essa sensação remete aos amigos”, afirma.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz

“Esse arrependimento é uma conseqüência das outras escolhas. É um resumo dos outros para alguém que abriu mão da própria felicidade”.
“Não é uma questão de ser egoísta, mas é importante para as pessoas ter um compromisso com a realização do que elas são e do que elas podem ser. Precisam descobrir do que são capazes, o seu papel no mundo e nas relações. A pessoa realizada se faz feliz e faz as pessoas que estão ao seu lado felizes também”, explica.
“A minha experiência mostra que esse arrependimento é muito mais dolorido entre as pessoas que tiveram chance de mudar alguma coisa. As pessoas que não tiveram tantos recursos disponíveis durante a vida e que precisaram lutar muito para viver, com pouca escolha, por exemplo, muitas vezes se desligam achando-se mais completas, mais em paz por terem realmente feito o melhor que podiam fazer. Para quem teve oportunidade de fazer diferente e não fez, geralmente é bem mais sofrido do ponto de vista existencial”, alerta.

Dica da especialista

“O que fica bastante claro quando vejo histórias como essas é que as pessoas devem refletir sobre suas escolhas enquanto têm vida e tempo para fazê-las”.
“Minha dica é a seguinte: se você pensa que, no futuro, pode se arrepender do que está fazendo agora, talvez não deva fazer. Faça o caminho que te entregue paz no fim. Para que no fim da vida, você possa dizer feliz: eu faria tudo de novo, exatamente do mesmo jeito”.
De acordo com Dra. Ana Cláudia, livros como este podem ajudar as pessoas a refletirem melhor sobre suas escolhas e o modo como se relacionam com o mundo e consigo mesmas, se permitindo viver de uma forma melhor. “Ele nos mostra que as coisas importantes para nós devem ser feitas enquanto temos tempo”, conclui a médica.
Publicado em janeiro/2012.

2 de fev. de 2012

Familiares e pacientes de Esclereose Lateral Amiotrófica (ELA) comemoram estudo com células-tronco

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Qua, 01 de Fevereiro de 2012 18:42
Grupo envia carta a Deputada Mara Gabrilli com pedido de apoio para tratamento no Brasil. Confira o documento

A deputada federal Mara Gabrilli é autora de um projeto relativo a doenças neuromusculares. Clique aqui e saiba mais.

Confira abaixo o e-mail enviado pelo grupo:


Prezada Dep. Fed. Mara Gabrilli,
Somos um grupo formado por familiares, cuidadores e pacientes com diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e quis o destino, ou as circunstâncias que a nós hoje são bastante comuns, nos unir por uma mesma causa, a busca por uma possibilidade de tratamento para esse contingente estimado em cerca de 13000 brasileiros e brasileiras que hoje carregam o terrível estigma de um diagnóstico de ELA.
No final do ano passado fomos agraciados com uma grande notícia. O primeiro estudo autorizado pelo FDA para avaliar a segurança de uma terapia com células-tronco adultas heterólogas em 18 pacientes com ELA na ALS Emory Atlanta University já tem os seus primeiros frutos. Os médicos coordenadores do ensaio clínico, Dr. Jonathan Glass, Dr. Eva Feldman e o Dr. Nicholas Boulus não pouparam elogios e palavras de otimismo em relação aos resultados apurados nos 12 pacientes avaliados até então. Caso se confirme a segurança do protocolo estabelecido em parceria com a empresa de Biotecnologia Neuralstem Inc., de Maryland/EUA, uma nova FASE do ensaio será iniciada, o que abrirá as chances de se usar o protocolo em larga escala. Hoje em todo mundo o paciente de ELA tem apenas o Riluzol como opção primária p/ o tratamento da doença, sendo que seus ef eitos são pouco ou nada tangíveis, e em quase nada é capaz de reverter a situação do paciente, pois a ELA é uma doença neuromuscular de caráter progressivo e neurodegenerativo. As outras drogas que são preconizadas no tratamento da ELA têm uma finalidade meramente coadjuvante.
Diante dessa triste realidade e total falta de perspectiva de um tratamento efetivo, entendemos que os estudos experimentais com células-tronco, conforme o que está sendo conduzido em Atlanta pode ser a única opção possível para que tenhamos um renovar da nossa esperança na busca de um tratamento que nos assegure um pouco mais da alegria de viver. Assim, estamos fazendo esse contato para pedir o seu apoio em algumas ações que desejamos implementar ao longo do ano.
O dia 21/06 é o dia Internacional da ELA. Infelizmente essa data pouco ou nada tem sido lembrada pela população brasileira, que desconhece tanto a doença quanto a dor daqueles que a tem juntamente com seus familiares. Para mudar esse quadro de ignorância e desconhecimento, e visando dar visibilidade as nossas necessidades e imensas demandas, gostaríamos que o Sr pudesse se unir a nós para juntos realizarmos um evento cerimonial no Plenário da Câmara dos Deputados alusivo a esse dia, com um discurso que pudesse externar tudo aquilo que a muito tempo estamos desejosos de falar para todo o povo brasileiro, tornando assim a nossa luta uma coisa bastante visível. Para isso, estamos nos comprometendo a convidar familiares, cuidadores e pacientes de ELA para juntos transformarmos o dia 21/06/2012 em uma grande oportunidade de levarmos até a capital do Brasil a nossa mensagem de ESPERANÇA, LUTA e AÇÕES construtivas focadas nas nossas necessidades.
Nessa mesma data estaremos passando às mãos dos (as) Deputados (as) da Comissão que estará nos apoiando um AA com assinaturas colhidas em prol de uma discussão que viabilize o início dos tratamentos experimentais com células-tronco adultas no Brasil dentro dos mesmos critérios adotados em Atlanta.

Certo da sua especiação atenção e apreço,

Cordialmente,

Antonio Jorge de Melo-RJ
Sonia Santos O Melo-RJ
Maurício Coppini-SP
Samira Otto-EUA
Sandra Motta-DF
José Leda-DF
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