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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

30 de jul. de 2015

Detran do Rio dificulta a vida de pessoas com mobilidade reduzida na hora de renovar a CNH.




Por Antonio Jorge de Melo

Sou cadeirante por conta de uma paraplegia parcial em função de estar acometido de uma doença degenerativa chamada Esclerose Lateral Amiotrófica, e por isso possuo restrições em minha habilitação para dirigir apenas veículos com direção hidráulica e que possuam câmbio automático.

No dia 28/07 fui ao Detran de Volta Redonda para fazer uma perícia médica para renovar a minha carteira de habilitação. Antigamente essa perícia era obrigatoriamente feita no posto do Detran na Gávea, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, independentemente de onde o condutor morasse. Isso era bastante oneroso e desgastante, pois precisávamos nos deslocar de nossas cidades, perder um dia inteiro com isso, deixando atividades de trabalho, estudo, gastando tempo e dinheiro.

Pois bem, agora a perícia pode ser feita na própria cidade do condutor, bastando que ele agende previamente após cumpridos os outros trâmites. Segundo o Dep Federal Nelson Gonçalves, essa Resolução foi de autoria dele, o que é muito louvável.

Mas para minha surpresa, o perito não teve a mínima preocupação em me examinar, não me encostou a mão, não perguntou absolutamente nada sobre minha condição de saúde, não perguntou se eu possuía algum laudo para que ele pudesse basear a sua decisão. Simplesmente carimbou a guia que ele deveria ter encaminhado ao Detran me designando como apto para dirigir para uma junta médica na Gávea. Pensei logo comigo: esse médico não deve ter a mínima noção do que é ELA, e entre se comprometer com o seu trabalho e com o contribuinte, ele  preferiu jogar o "pepino" pra frente e lavar as mãos, no melhor estilo do velho "jeitinho brasileiro".

Saí dali sem acreditar que aquilo tinha acontecido. Ainda vi o carro do Detran estacionado na porta do posto com o motorista que o trouxe, tudo pago com o dinheiro dos elevados impostos que eu e você pagamos as duras penas.

É facil entender porque o Brasil está do jeito que está. O poder público conspira contra os cidadãos, ao invés de se colocar ao lado deles. Ele nos onera, nos dificulta, nos ignora e nos oprime. O fato de você estar em uma cadeira de rodas significa que voce vai ter que “dar seus pulos”, se quiser ter seus direitos respeitados.