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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

17 de jul. de 2016

As águas do Mar Morto.

Por Antonio Jorge de Melo



Em nosso planeta existem lugares exóticos que são únicos e exclusivos, e que por isso mesmo tem muito a nos ensinar. Por exemplo: o mar Morto!. Segundo a Wikipédia, o Mar Morto na verdade “é um lago de água do Oriente Médio, com uma superfície de aproximadamente 650 km² em 2014, um comprimento máximo aproximado de 50 km e a uma largura máxima de 18 km é alimentado pelo rio Jordão e banha a Jordânia e Israel.

O mar Morto tem esse nome devido à grande quantidade de sal nele contida, dez vezes superior à dos demais oceanos, donde decorre a escassez de vida em suas águas, havendo apenas alguns tipos de arqueobactérias e algas. Qualquer peixe que seja transportado pelo rio Jordão morre imediatamente, assim que desagua neste lago de água salgada. A sua água é composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só podem ser encontrados nesta região do mundo. Em termos de concentração, e em comparação com a concentração média dos restantes oceanos em que o teor de sal, por 100 ml de água, não passa de 3 g, no mar Morto essa taxa é de 30 a 35 g de sal por 100 ml de água, ou seja, dez vezes superior.

A contínua perda das suas águas causa uma redução em sua área e profundidade, relativamente ao nível médio das águas domar Mediterrâneo, o que faz com que seja o maior desnível negativo do mundo, em relação ao nível do mar. Entre 1992 e 2014, a média de aumento deste desnível foi quase 1 metro por ano. Em 1992, o desnível era de 407 metros. Em 2004 era de 417 metros e em 2010 era de 423 metros. Já em 2014, o desnível era de 427 metros”.

Bom, agora que já sabemos um pouco mais sobre o Mar Morto, podemos afirmar que ele não é um mar, mas um lago, e como tal, recebe as águas do Rio Jordão que nele se derrama com total abundância. Mas ele não flui para lugar nenhum, é um lago, e pior, não é capaz de gerar ou manter a vida em toda a sua extensão. Também está a muitos metros abaixo do nível do mar, o que lhe confere uma característica especial.

Mas aí alguém já pode perguntar: “E eu com isso?” Ou: “E o que isso tem a ver comigo?” Respeitando as opiniões e percepções que as pessoas possam ter divergentes das minhas (o que é bom e enriquecedor), quero aqui tecer minhas considerações.

Existem pessoas que se comportam tal qual o Mar Morto, ou seja, recebem, recebem, recebem...mas nunca se doam, nunca dão qualquer contribuição. Apenas recebem. Estão sempre na expectativa do que lhes poderá ser doado. Essas pessoas também não geram vida, e não permitem que haja vida nelas mesmas. E tudo que elas recebem contendo vida nelas perece. E finalmente vivem confinadas num nível abaixo do desejável e esperado para se encarar a sua própria existência com resignação, otimismo e alegria, mesmo diante das mais difíceis circunstâncias da vida. Cito aqui um exemplo de 3 letras: a ELA!!!    
                    
É fato que  sou paciente de ELA, e a medida que o tempo passa, mais e mais aumenta o meu nivel de dependência de terceiros para fazer as coisas mais básicas e comuns do dia a dia, ou seja, estarei sempre necessitando de alguém que me doe cuidado e atenção, Todavia,  sei que de alguma forma eu e meus entes queridos podemos dar  a nossa contribuição para que um dia esse sofrimento  que a ELA nos impõe cesse, ou que pelo menos diminua de intensidade, 

Dessa forma, estou certo  de que sempre haverá vida em mim.  Jamais  serei como as águas do Mar Morto.